Apesar dos avanços no combate à violência doméstica, o alto número de mulheres que ainda precisam de proteção judicial em Volta Redonda revela a gravidade do problema. Atualmente, no município, mais de 500 mulheres com medidas protetivas são acompanhadas pela Patrulha Maria da Penha, por meio de visitas presenciais e atendimentos telefônicos. Dessas, 248 medidas foram expedidas somente neste ano, enquanto as demais referem-se a monitoramentos iniciados em anos anteriores ou a medidas prorrogadas pela Justiça.
O serviço da Guarda Municipal, criado em 2016, faz parte da rede de proteção às vítimas de violência doméstica, com o objetivo de garantir o cumprimento das medidas judiciais e oferecer apoio constante às mulheres. Além da atuação da Patrulha, a cidade conta também com o Projeto Violeta, que acelera a concessão de medidas protetivas em até quatro horas, e com o botão de pedido de ajuda – dispositivo conectado ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) que permite acionar as forças de segurança com um simples toque no celular.
“O botão permite que, em apenas cinco segundos, a mulher peça socorro e receba o apoio necessário. Com essa rapidez, conseguimos evitar que uma agressão evolua para algo mais grave”, afirmou o secretário municipal de Ordem Pública, Luiz Henrique Monteiro Barbosa.
Ele ressaltou ainda a importância da participação da sociedade. “Não consigo ter uma viatura em cada esquina, mas posso contar com pessoas do bem nos denunciando. Quando todos participam, conseguimos frear comportamentos violentos.” As denúncias podem ser feitas pelos números 153 (Guarda Municipal), 190 (Polícia Militar) e 197 (Polícia Civil).
VR e BM registram 18 prisões pela Patrulha Maria da Penha em quase 6 anos de atuação
Lançada há quase seis anos, a Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida, da Secretaria de Estado de Polícia Militar, acaba de alcançar a marca de 800 prisões realizadas em todo o estado do Rio. Destas, 18 ocorreram nos municípios de Volta Redonda e Barra Mansa.
A prisão número 800 foi registrada na semana passada, em Belford Roxo, mas o programa atua em todas as regiões do estado por meio de 49 equipes da PM. No interior, foram efetuadas 31,77% das prisões. No Sul Fluminense, sob responsabilidade do 5º Comando de Policiamento de Área (5º CPA), foram 16,46% do total, representando mais de 130 detenções — 18 delas em Volta Redonda e Barra Mansa.
Segundo a coordenadora do programa PMP-GV, major Bianca Ferreira, a maioria das prisões decorre do descumprimento de medidas protetivas expedidas pela Justiça para proteger mulheres vítimas de violência doméstica. Ela reforça que a confiança das vítimas e a atuação eficaz da PM têm sido fundamentais para os resultados alcançados.
Entre os perfis mais comuns dos agressores estão homens que se recusam a aceitar o fim de relacionamentos e passam a ameaçar suas ex-companheiras. Também há registros de filhos usuários de drogas que agridem as mães em busca de dinheiro.
Desde sua criação, em 2019, a Patrulha Maria da Penha já atendeu quase 97 mil mulheres e realizou mais de 366 mil atendimentos. Em 2025, até 15 de maio, já foram feitas 77 prisões em todo o estado.