Com o avanço da variante Ômicron da Covid-19, eventos de massa foram cancelados. Na região Sul Fluminense, as prefeituras de Volta Redonda, Pinheiral, Barra do Piraí e Valença suspenderam as festividades oficiais de Carnaval. A decisão segue recomendação de autoridades de saúde.

O pneumologista Gilmar Zonzin classifica que ainda é alto o risco para a liberação de aglomerações. “Esses eventos nem deviam estar sendo cancelados, não deveriam ter sido propostos. Ainda há muitas incertezas quanto à imunização, a mutação viral, entre outras”, rechaça o professor do curso de medicina do UniFoa.

Para Zonzin, houve uma expectativa excessivamente otimista dos governantes ao programar eventos com concentração de pessoas. “Existe, sim, um dano [econômico], mas o impacto socioeconômico da doença e da morte é muito maior. Se você assume o risco de reativar um processo de pandemia, de alto índice de internação, de mortalidade, de pessoas dependentes do estado, o ônus econômico disso é muito alto”, explicou.

De acordo com o médico, o preço da reativação da pandemia pode ser muito alto para estados e municípios que optarem pela manutenção dos festejos. “Podemos voltar a restringir tudo e isso vai ter muito mais impacto do que faturar em uma festa de final de ano”, alertou.

Os municípios de Angra dos Reis e Paraty, por exemplo, seguem preparando as festas de réveillon, com shows e queima de fogos. A única medida anunciada pelas duas prefeituras da Costa Verde é que sejam mantidos os protocolos sanitários para evitar pessoas que não se vacinaram.

Ômicron

Desde o surgimento da variante Ômicron uma das dúvidas que especialistas tentam responder é a de como será o comportamento do vírus no país. O médico Gilmar Zonzin recomenda cautela.

“O que a gente tem até agora é uma variante de alta transmissibilidade que se associa a casos de gravidade menor. Mas como vai ser o comportamento dessa variante em diferentes perfis genéticos é uma incógnita. As variantes Gama e Delta, na minha opinião, são dois bons exemplos de como qualquer palpite sobre o comportamento de uma variante de preocupação em relação ao que pode vir a acontecer ou não é absolutamente nada mais nada menos do que um palpite”, exemplifica o pneumologista.

O surgimento de uma mutação é denominado variante de preocupação, explica o médico. “Esse termo indica uma dificuldade natural e um certo comprometimento científico do que realmente vai acontecer. É utilizado quando alguma coisa chama atenção, e no caso da Ômicron é a velocidade com que ela é transmitida de uma pessoa para outra”, relata.

Há também vários cenários a se considerar, já que a imunização acontece em pessoas que foram infectadas pelos vírus circulante, que tiveram sintomas da doença. Em outros casos, foram detectados pacientes assintomáticos e ainda aqueles contaminados e que nem ficaram sabendo que tiveram contato com o vírus.

Mesmo com a necessidade de estudo quanto às ações estratégias de vacinação em relação ao Ômicron, a importância  da imunização é incontestável, afirma o pneumologista volta-redondense. “O quanto cada mudança do vírus vai impactar cada vacina é impossível de ser mensurado. O que a gente acredita é que esse conjunto de estímulos imunológicos, com a aplicação da vacina e a imunidade dos que contraíram a doença, vá gerando uma resposta imunológica nos seres humanos e que isso vá, gradativamente, abrandando a agressividade da pandemia no decorrer de meses e anos, que é o que a gente está vivendo”, conclui.

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