Os indícios de aumento da poluição do ar vêm deixando as donas de casa de Volta Redonda literalmente de cabelo em pé. A emissão de grande quantidade de partículas popularmente chamadas de pó preto não faz distinção do lado da cidade. Sofrem os bairros da margem esquerda e os da direita do Rio Paraíba do Sul, causando transtornos diários às famílias da Cidade do Aço.

A dona de casa Solange Moura, moradora do bairro Laranjal, reclama que tem que varrer e lavar a varanda de seu apartamento praticamente todos os dias. “É muito grande a quantidade de pó preto”, afirma.

Aumento da emissão de pó preto na cidade até virou meme nas redes sociais
Crédito: Leandro Pacheco

A situação não é diferente na Morada da Colina. Segundo o empresário Álvaro Pinto, seu consumo de água vem aumentando nos últimos meses. “Estamos assustados com a quantidade de pó que se acumula no dia a dia na varanda de casa. Já transformamos nossa mangueira em vassoura hidráulica. Se não for assim, não damos conta de realizar a limpeza”, disse.

Moradora da Vila Mury, Rosemeire Silva faz questão de implorar por providências das autoridades. “Alguma coisa precisa ser feita para resolver o problema”, aponta a servidora pública aposentada, que culpa ainda o pó preto pelo agravamento de problemas respiratórios. “Com o clima seco e a grande quantidade de pó, fica mais difícil ainda para quem sofre de rinite”.

O vereador Betinho Albertassi (União Brasil) demonstra apreensão com o crescimento da incidência de gases poluentes em Volta Redonda. “Estou preocupado com o aumento da poluição do ar na nossa cidade. Venho recebendo diversas reclamações de moradores de diferentes bairros relatando o problema. Eu e minha família, inclusive, que moramos em um prédio no Aterrado também temos sofrido com essa questão. Precisamos que os órgãos públicos tomem uma providência, até mesmo porque está afetando a saúde das pessoas, com o agravamento dos problemas respiratórios”, analisou o parlamentar. 

Apontada pelas autoridades públicas, como uma das principais responsáveis pela poluição no município, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) garante não há condições críticas prejudiciais à saúde. “Apesar da cidade de Volta Redonda possuir um grande polo industrial e elevada frota de veículos, os parâmetros de qualidade do ar comprovam que não há condições críticas prejudiciais à saúde e ao bem estar da população”, exime-se a empresa.

A CSN informou ainda “que cumpre a legislação e as boas práticas ambientais e investe constantemente na modernização dos seus sistemas de controle de emissões atmosféricas”. A empresa possui um canal de contato direto com a população, a Linha Verde, pelo telefone 08002824440, e esclarece “que está à disposição dos moradores para esclarecimentos e dúvidas”.

O acompanhamento da qualidade do ar em Volta Redonda é realizado via estações de monitoramento automáticas e semiautomáticas instaladas em diversos bairros da cidade. De acordo com a CSN, os dados ambientais são medidos pela rede automática de qualidade do ar 24 horas por dia, durante todo o ano, sendo enviados on-line ao órgão ambiental (Inea). 

Imagem enviada por um leitor do jornal Folha do Aço mostra nuvem de pó

“Os dados, monitorados pelo órgão ambiental, mostram que os índices de qualidade do ar encontram-se predominantemente na faixa Bom, com registros isolados de condições Regulares”, salienta a empresa.

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