Com uma frota de 150.552 veículos e pouco mais de 270 mil moradores, Volta Redonda tem uma taxa de 1,73 habitantes por veículo, segundo o IBGE. O número elevado de carros e motos circulando pelas ruas do município provoca constantes congestionamentos, em especial no horário de pico. Para tentar solucionar essa questão, a Prefeitura resolveu apostar em um novo plano de mobilidade urbana.

O projeto contempla intervenções na estrutura viária, com a construção de dois viadutos, uma alça de acesso a outro viaduto e uma ponte sobre o Rio Paraíba do Sul. O pacote inclui também outras intervenções logísticas, como faixas exclusivas para o transporte coletivo, ciclovias e adaptação de calçadas. O custo estimado é de R$ 140 milhões, recurso proveniente de parceria com o governo do estado.

O investimento em mobilidade urbana é uma das apostas do prefeito Neto (PP) para pavimentar o caminho da sua reeleição, no pleito de outubro de 2024. Mas para inaugurar as obras sem correr risco com a legislação eleitoral, Neto e sua equipe terão que rever parte do projeto. É que antes mesmo da conclusão dos trabalhos de engenharia, falhas gritantes comprometem a execução do serviço

A altura das vigas sobre o Aero Clube que sustentarão a pista de rodagem da ponte ficaram baixas, comprometendo a circulação de veículos com altura acima de 3,40 metros.  A Folha do Aço já vinha alardeando essa situação, que acabou confirmando na manhã de segunda-feira (dia 14).

Um caminhão ficou preso debaixo da alça suspensa que está sendo construída na Avenida Ministro Salgado Filho. A parte superior do veículo ficou agarrada na estrutura do viaduto, com altura de 3,20 metros. Ninguém ficou ferido.

 Tragédia anunciada

A Folha do Aço revelou, na edição de 4 de agosto, com exclusividade, o erro de cálculo (ou seria incompetência generalizada?) no projeto. O equívoco levou a alteração no fluxo de veículos. Uma faixa da pista que vem do Aero Clube para o bairro Niterói foi desviada para fugir da altura e chegar a 3,20 metros. A parte mais alta em baixo da obra de arte chega a 3,90 metros.

A solução viável para resolver a questão da altura da alça do novo viaduto na parte mais baixa – e assim evitar que outros veículos fiquem presos na estrutura da nova ponte -, segundo um engenheiro que prefere não ser identificado, seria o afundamento da via, criando um mini-mergulhão, de mais ou menos 1,50 metro.

 Atraso

Não fosse suficiente o erro de cálculo do projeto, significando aumento de custo aos cofres públicos, a construção da nova ponte e das alças sobre o Rio Paraíba do Sul está com dois meses de atraso. Com extensão de 418 metros, o prazo para a entrega era 365 dias. Para piorar a situação, segundo a avaliação de técnicos do setor, somente 40% dos trabalhos foram executados até o momento.

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