Na batalha pelo comando da Vale, o atual presidente, o volta-redondense Eduardo Bartolomeo, se encontra diante de uma forte concorrência representada por Guido Mantega, apoiado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo federal recentemente intensificou esforços para colocar o ex-ministro na presidência da mineradora, gerando especulações e incertezas no mercado em relação a possíveis interferências políticas.

O foco agora se volta para o Conselho de Administração, cuja responsabilidade é nomear o CEO. Nesta semana, o conselho receberá um relatório detalhado sobre o desempenho de Bartolomeo, servindo como base para a decisão de reconduzi-lo ou iniciar o processo de seleção de um novo líder. A reunião do colegiado está marcada para a próxima quarta-feira (dia 31), embora a pauta extensa não inclua a discussão sobre a sucessão, sugerindo a possível necessidade de um encontro extraordinário.

Em entrevista ao Broadcast do Jornal Estadão no início deste mês, Eduardo Bartolomeo expressou seu desejo de permanecer no cargo para concluir os projetos em andamento. Ele afirmou: “Eu não gostaria de sair agora, com um projeto incompleto”.

Raio-x

Para tomar uma decisão embasada sobre a liderança da Vale, o Conselho contratou uma firma especializada para realizar uma análise detalhada do desempenho de Eduardo Bartolomeo, incluindo questionamentos aos conselheiros sobre o CEO. As observações resultantes desse processo influenciarão a configuração da gestão nos próximos três anos, caso Bartolomeo seja reconduzido.

Dentro do Conselho, há divergências sobre o papel da Vale em Brasília e nos estados onde opera. Enquanto alguns defendem uma maior presença para acelerar processos e obter licenças, outros alertam sobre o risco de politização excessiva, relembrando episódios do passado em que a política ultrapassou os portões da empresa.

Seguindo as normas da mineradora, o processo de sucessão deve começar entre seis e quatro meses antes do término do mandato do presidente, que se encerra no final de maio. Se Bartolomeo não for reconduzido, uma consultoria especializada elaborará uma lista tríplice para a escolha do novo executivo.

Desafios e conquistas

de Bartolomeo

Engenheiro de formação, Eduardo Bartolomeo assumiu a presidência em 2019 após o desastre de Brumadinho. Durante seu mandato, implementou avanços em segurança, incluindo o programa de descaracterização de barragens. A distribuição robusta de dividendos e a reestruturação da empresa, com a criação da unidade de metais básicos VBM e a venda de operações não essenciais, são consideradas conquistas positivas. No entanto, a Vale ainda enfrenta desafios, incluindo o aumento nos volumes de produção e a obtenção de licenças.

Outros nomes

Outros nomes de executivos, como Luis Henrique Guimarães, Walter Schalka e Eduardo Parente, também estão sendo especulados como possíveis sucessores. O mercado, no entanto, observa com cautela, buscando líderes com habilidades técnicas e uma abordagem equilibrada em relação à diplomacia e política. A Vale, como uma das maiores mineradoras do mundo, está em um momento crucial, e a escolha do conselho terá impactos significativos em seu futuro.

Foto: reprodução da internet

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