O ano de 2025 começou com números preocupantes no combate à dengue na região do Médio Paraíba. Apenas nas duas primeiras semanas de janeiro, foram registrados 67 casos prováveis de dengue na região, sendo 26 desses só em Volta Redonda. Em todo o estado do Rio de Janeiro, o número de casos prováveis durante o mesmo período atingiu 905, com 56 internações e sem óbitos confirmados até o momento, de acordo com dados da secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ).
Em 2024, a situação já era alarmante na região. O Médio Paraíba registrou 47.357 casos prováveis de dengue, com 1.462 internações e 72 mortes. Volta Redonda, um dos maiores centros urbanos do estado, se destacou negativamente com 22.712 casos prováveis, 614 internações e 33 óbitos confirmados, ficando atrás apenas da capital, Rio de Janeiro. A cidade, que já havia enfrentado uma grave crise de arboviroses no ano anterior, continua sendo um ponto crítico na luta contra o mosquito Aedes aegypti.
A preocupação com o aumento da incidência da doença é ainda maior quando se considera que, no início de 2025, a região já acumula cinco internações (sendo duas em Volta Redonda) devido à dengue, reforçando a necessidade de ações rápidas e eficazes de controle do vetor.
Medidas de combate e conscientização
Em resposta ao aumento de casos, os municípios da região estão intensificando suas ações de combate ao Aedes aegypti. Em Volta Redonda, a secretaria municipal de Saúde iniciou desde as primeiras semanas do ano o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), que visa identificar os focos do mosquito e implementar medidas de controle. As visitas domiciliares já começaram, com o objetivo de fiscalizar residências e eliminar criadouros.
Além disso, a cidade está reforçando suas campanhas educativas, com orientações à população sobre como eliminar focos de água parada, uma das principais formas de evitar a proliferação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. A Vigilância Ambiental tem intensificado os trabalhos em bairros com maior incidência da doença.
Em Barra Mansa, a Prefeitura anunciou que, para reforçar as medidas de combate, a cidade finalizou sua primeira medição do LIRAa de 2025 e já planeja ações como o “Bota Fora Dengue”, visitas domiciliares e palestras nas comunidades.
Pinheiral, por sua vez, adota uma série de medidas preventivas, incluindo ciclos de visitas, análises frequentes de larvas e varreduras em locais de risco. A cidade também mantém uma campanha constante de conscientização, com panfletagens nos bairros e palestras nas escolas, sempre com o lema “10 minutos salvam vidas”, incentivando os moradores a realizarem vistorias semanais em suas residências.
Em Barra do Piraí, as ações de combate também incluem visitas domiciliares, tratamento e eliminação de focos do mosquito, além de bloqueios mecânicos e químicos em casos suspeitos de dengue. A cidade ainda realiza inspeções quinzenais em Pontos Estratégicos, como ferros-velhos e cemitérios, que são locais propensos ao acúmulo de água.
O papel crucial da população
Embora as prefeituras estejam adotando uma série de medidas, a colaboração da população é fundamental para o sucesso do combate à dengue. A vistoria semanal em residências, escolas e espaços públicos para a eliminação de focos de água parada é a ação mais eficaz para interromper o ciclo de vida do mosquito.
A eliminação de criadouros como latas, pneus, garrafas, calhas entupidas e caixas d’água descobertas pode fazer toda a diferença na redução dos casos da doença. O Governo do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, reforça que a participação ativa da comunidade é essencial para frear a proliferação do mosquito, especialmente em períodos de calor e chuvas.
Ações educativas
Além das medidas emergenciais, os municípios têm investido fortemente em ações de conscientização. Barra do Piraí, por exemplo, expandiu o projeto “Arboviroses Zero”, que, desde 2022, já alcançou milhares de pessoas em escolas, igrejas, empresas e outros espaços públicos. Durante 2024, o projeto impactou mais de cinco mil pessoas, oferecendo palestras, dinâmicas e apresentações culturais para alertar sobre a importância da prevenção.
Vale frisar que o sucesso do combate à dengue depende de um esforço conjunto entre as autoridades de saúde e os cidadãos, com a constante eliminação de focos do mosquito e conscientização sobre os riscos da doença. A vigilância deve ser constante, e a prevenção é a chave para evitar um novo aumento de casos graves e mortes por dengue nos próximos meses.