A Câmara de Dirigentes Lojistas de Volta Redonda realizou entre o 20 de abril a 15 de maio uma pesquisa com 141 empresas, por meio de um questionário respondido pela internet por 13% dos associados, para avaliar o cenário econômico durante a pandemia do coronavírus. Do total que respondeu às perguntas, 62,41% são do segmento de comércio; 34,75% do ramo de serviço; 1,42% da indústria e 1,42% de turismo. De acordo com o levantamento, 33,33% das empresas estavam com o negócio totalmente fechado e apenas 24,82% funcionando com delivery, a maioria restaurantes.
A pesquisa mostrou também que 47,52% das empresas sentiram a necessidade de realizar alguma demissão, sendo o comércio, com 79,5%, o setor mais impactado com os desligamentos. Outro dado importante do levantamento foi com relação à situação financeira dos estabelecimentos comerciais. Pelo menos 33% informaram que só teriam capital para manter as atividades, com o fechamento do comércio, por apenas um mês. Dos entrevistados, 4,96% afirmaram que encerraram as atividades por conta dos prejuízos provocados pela pandemia da Covid-19.
Ainda segundo o levantamento, 44,68% não tinham dívidas antes da quarentena e 29,08% já tinha endividamento e preciso fazer um novo para não ter que encerrar as atividades. Outro dado foi com relação a questão trabalhista. Pelo menos 24% suspenderam todos os contratos com os funcionários. Sobre as medidas preventivas, 96,45% foram favoráveis às mudanças de comportamento para ajudar no combate a Covid-19, sendo que 86,52% aprovaram o uso obrigatório de máscaras e apenas 2,13% foram a favor da mudança no horário do comércio como prevenção para evitar a contaminação pelo coronavírus.
Segundo Gilson de Castro, presidente da CDL-VR, a pesquisa ajudou a ter um panorama sobre os impactos da Covid-19 nos negócios das empresas em Volta Redonda. “Sabemos que é um momento delicado para a economia no mundo inteiro e temos visto as pequenas empresas passarem por muitas dificuldades ficando tanto tempo fechadas. A reabertura amanhã, embora com um horário que não achamos ser o ideal, traz um alívio para dar uma sobrevida maior para quem já não tem capital para se manter sem vender. E reabrir não é só para sobrevivência do comércio, não, é para sobrevida de quem trabalha nele. Muitos comerciantes já enfrentam dificuldade atém mesmo para pagar as contas pessoais e até para comprar alimentos”, afirmou.
Gilson disse ainda que o delivery tem ajudado a manter a marca, mas não é o que sustenta uma empresa, porque grande parte dos consumidores ainda prefere comprar em loja física. “Ter várias plataformas de atendimento é uma tendência, mas não pode ser considerada como principal fonte de renda de uma empresa, principalmente, porque a maioria não trabalhava com esse serviço, precisando se adequar e não é tão fácil. Gerenciar conteúdo nas redes sociais, site, administrar a entrega e aumentar a carteira de clientes virtuais, fora a concorrência com sites que são especializados em e-commerce. Localmente, estamos aprendendo esse novo jeito de vender, que vem sendo chamado de novo normal”, comentou.
Ele também disse que todos, comerciantes e consumidores, precisam se conscientizar das medidas preventivas, respeitando o distanciamento social, evitando aglomerações, usando máscara e higienizando as mãos para não contribuir com a disseminação do vírus, evitando que os casos da doença aumentem na cidade. “O comércio vai estar aberto, com todas as medidas preventivas, ajudando a proteger o consumidor, trabalhadores, comerciantes e a nossa economia, porque precisamos salvar vidas e empregos.”, ponderou.