O governador Wilson Witzel (PSC) autorizou, em decreto publicado em edição extra do Diário Oficial, na noite de sexta-feira (dia 5), a reabertura gradual da economia fluminense. A partir deste sábado (dia 6), alguns setores do comércio e da indústria estão autorizados a funcionar em horários específicos para evitar aglomerações.
Mesmo com as novas medidas de flexibilização estabelecidas pelo governo estadual, o prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable (DEM), prefere manter a cautela. Ele lembra a decisão judicial que chegou a fechar todo o comércio do município por mais de uma semana.
“Hoje [sábado] o decreto estadual libera essas atividades, mas ainda está em vigor a decisão judicial que impede seu funcionamento em Barra Mansa. Para evitarmos brigas com a Justiça, e que a própria Justiça venha a penalizar nosso povo, peço que aguardemos a instrução da Procuradoria do Município que já está trabalhando para que as dificuldades sejam superadas”, sugeriu.
“Vale dizer que a minha decisão de abrir algumas atividades foi impedida por decisão judicial. Por exemplo, a feira de Barra Mansa não gera mais risco do que as filas dos supermercados. Lembrando que os nossos feirantes são trabalhadores que cultivam seus produtos, gente simples e trabalhadora, que depende daquela atividade. Penso, também, que as igrejas, com várias regras de segurança, não geram mais riscos que as filas de bancos”, completou o prefeito de Barra Mansa.
Pelo decreto estadual válido a partir de hoje, está autorizado o funcionamento de shoppings centers e centro comerciais das 12h às 20 horas e com público de até 50% da capacidade de cada complexo. Mas as áreas recreação, como cinemas, continuarão fechados.
Liberada também a volta do futebol e de esportes de alto rendimento, mas sem público e desde que sigam protocolos da secretaria de Saúde.
O decreto autoriza os cultos religiosos em áreas ventiladas e com os fiéis com máscaras e a um metro e meio de distância entre os demais.
Bares e restaurantes também poderão reabir, respeitando o limite máximo de 50% de ocupação.
Equipamentos e pontos turísticos, como Cristo Redentor e Pão de Açúcar, também estão autorizados a abrir para o público, respeitando o limite de 50% de sua capacidade de lotação.
O funcionamento dos parques, para a prática de esportes, também está permitido, desde que não haja aglomeração. Ficam autorizadas as atividades esportivas individuais ao ar livre, inclusive em praias e lagoas, preferencialmente próximo à residência.
Prorrogação
O decreto 47.112 também prorroga, até o dia 21 de junho, algumas medidas restritivas de prevenção e enfrentamento à propagação do novo coronavírus no Estado do Rio. Para a elaboração do decreto, o Governo do Estado levou em consideração os dados epidemiológicos da Secretaria de Estado de Saúde, incluindo a redução do número diário de óbitos e das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Achatamento da curva
De acordo com o governo do estado, as medidas pioneiras tomadas em meados de março ajudaram no achatamento da curva do novo coronavírus. No final de abril, mais de 1,5 mil pessoas aguardavam por leitos de enfermaria e UTI no estado. Atualmente, esse número caiu para pouco mais de 100, com tempo de espera de regulação de cerca de dois dias.
Outro dado importante, na alegação do Estado para flexibilizar a liberação de algumas atividade, é a redução de números de casos da Covid-19 por data de início de sintomas. Somente no dia 1º de maio, foram registrados 2.042 pacientes com coronavírus, marca que é o pico desde o início da pandemia. No dia 31 de maio, foram apenas 86 casos. Já para óbitos, o pico aconteceu no dia 4 de maio, com 172 óbitos ocorridos nessa data. No fim de maio, também no dia 31, foram 39.
Também em queda, a taxa de incidência de casos no estado terminou o último mês com 109 casos para cada 100 mil habitantes.
Os dados fazem parte do Boletim Epidemiológico, que foi lançado pela Secretaria de Estado de Saúde nesta sexta-feira (dia 5). O boletim, que é atualizado periodicamente, apresenta ainda, pela primeira vez, o perfil dos pacientes mais acometidos pela doença.
Os óbitos, por exemplo, em sua maioria, são de homens (57,17%) com idades entre 60 e 79 anos, sobretudo em pessoas com comorbidades como cardiopatia, hipertensão arterial e diabetes, asma, obesidade e pacientes imunodeprimidos.