Em meio a uma crise de saúde pública marcada pelo aumento dos casos de dengue e a persistência da pandemia de Covid-19, os pacientes da rede pública de saúde de Volta Redonda têm enfrentado grandes desafios para receber atendimento adequado. A situação mais recente evidencia-se na Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) do bairro Vila Mury, onde a espera por consultas chega a ultrapassar as quatro horas, segundo relatos dos próprios pacientes.
A falta de estrutura e a demora no atendimento têm gerado frustração entre os usuários. “Tem muitos idosos aqui sem alimentação. Estou com a minha esposa e enteada com suspeita de dengue. A fila para coleta de sangue está enorme e desde a hora que cheguei aqui até agora não chamou ninguém. Esse povo todo e somente uma médica. Negócio está sinistro”, desabafou um homem, que preferiu não se identificar.
Outra paciente, enquanto aguardava atendimento, expressou sua indignação com atual situação da saúde pública do município. “Muitas horas de espera. Eu trouxe um lanche, mas nem todo mundo tem essa facilidade ou dinheiro para isso. Até agora nada de chamar. Tem gente passando muito mal aqui e eu vou perder a paciência”, disse, destacando também as condições precárias da estrutura física da unidade de saúde.
Atendimento exclusivo
Desde a semana passada, a UBSF Vila Mury tem concentrado seus esforços no atendimento exclusivo a pacientes com sintomas de dengue e Covid-19, operando todos os dias das 7h às 22h. Os demais procedimentos foram transferidos para outra unidade no mesmo bairro.
Em resposta às críticas, a secretaria municipal de Saúde informou ter reforçado as equipes médicas com a contratação de novos profissionais. No entanto, alguns pacientes contestam essa afirmação, alegando que, mesmo com a suposta ampliação de pessoal, a espera continua sendo excessiva. “Hoje, 14 de março, só havia uma médica atendendo na UBSF Vila Mury. E a fila só aumentando”, relatou um paciente.
A Folha do Aço procurou a prefeitura de Volta Redonda para obter esclarecimentos sobre a situação, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.