A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) terá mais dois anos para reduzir os impactos ambientais causados pela Usina Presidente Vargas em Volta Redonda, principalmente na qualidade do ar. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que venceria na próxima quinta-feira (19), foi prorrogado até setembro de 2026.

A decisão foi aprovada por unanimidade durante uma reunião realizada na terça-feira (10) pela Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA). O TAC estabelece 35 medidas para melhorar a qualidade do ar e reduzir a poluição. Segundo o Inea, até o momento, a CSN cumpriu 92% das obrigações estipuladas, com auditorias independentes confirmando o cumprimento das medidas.

A prorrogação do TAC abrange a conclusão das ações pendentes, além do pagamento de multas que serão destinadas a projetos ambientais na região de Volta Redonda. A CSN havia solicitado a extensão em 18 de julho, e a medida foi aprovada após a apresentação de um parecer técnico detalhado pelo Inea.

No entanto, relatórios recentes indicam que ainda existem pendências significativas no cumprimento do TAC. Em 12 de agosto, a equipe técnica do órgão relatou que diversos pontos do acordo continuam em aberto ou aguardam complementação.

700 milhões no TAC

A siderúrgica afirma ter investido mais de R$ 700 milhões no cumprimento do TAC, valor que mais do que dobra os R$ 300 milhões inicialmente previstos. Segundo o Inea, o investimento final pode ultrapassar R$ 1 bilhão, chegando a quatro vezes o valor original.

Até o momento, a empresa garante que 92% das obrigações foram cumpridas. No entanto, a conclusão das obras foi atrasada pela pandemia de Covid-19, que impactou o cronograma, conforme explicado pela empresa.

De acordo com o Inea, a maior dificuldade enfrentada pela CSN está relacionada à instalação dos filtros de sinterização, equipamentos com mais de 30 metros de altura e peças personalizadas, adquiridos de diversas regiões que foram afetadas por lockdowns durante a pandemia. A CSN comprovou que essas limitações afetaram o cronograma, justificando a prorrogação solicitada.

O Inea já vistoriou a Usina Presidente Vargas e confirmou que três novos filtros estão em construção, com o principal deles previsto para ser concluído nos próximos meses. Enquanto as obras avançam, a CSN também realizou manutenções nos filtros eletrostáticos, substituindo placas e modernizando os equipamentos para reduzir as emissões de poluentes.

Esse robusto investimento, segundo o Inea, foi confirmado tanto pelo órgão fiscalizador quanto por auditorias independentes e “reflete o compromisso da CSN com a execução do TAC, mesmo em meio aos desafios impostos pela crise sanitária”. Embora a pandemia tenha sido reconhecida como um fator de atraso, o aditamento do TAC exige a conclusão das obras restantes e o pagamento de multas, que serão destinadas a projetos de preservação ambiental em Volta Redonda.

Insatisfação da população

A população de Volta Redonda, conhecida como “Cidade do Aço”, vem expressando insatisfação com a situação há algum tempo. Recentemente, ocorreram protestos contra o “pó preto” liberado pela siderúrgica, composto por micropartículas de ferro que podem prejudicar a saúde dos moradores.

A Prefeitura chegou a notificar a CSN sobre o problema, e a empresa afirmou que está investindo em obras para mitigar os impactos.

CSN ganha mais dois anos para reduzir impactos ambientais em Volta Redonda

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.