O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Felipe Tobler Lemgruber, de 39 anos, ex-servidor do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), pelos crimes de estelionato e falsificação de documentos. Ele havia sido preso no último dia 18, na Barra da Tijuca, em operação do MPRJ, após mandado expedido pela 2ª Vara Criminal de Barra do Piraí, sua cidade natal. Felipe estava foragido desde janeiro de 2021 e é apontado como responsável por prejuízos que superam R$ 25 milhões.
Segundo a denúncia, Lemgruber se apresentava como pessoa de confiança dentro do Judiciário e usava essa credibilidade para atrair vítimas – muitas delas colegas de trabalho, membros e servidores do TJRJ. Ele oferecia oportunidades de investimento com “retorno elevado e risco zero”, estratégia típica de golpes financeiros do tipo pirâmide.
As investigações revelam que, em uma fase mais recente, o acusado expandiu sua atuação para captar recursos em Barra do Piraí e também na capital fluminense. A justificativa, dessa vez, era a necessidade de pagar supostas tarifas para repatriar valores do exterior. Para dar aparência de legitimidade às transações, Felipe utilizava contratos e documentos bancários falsificados. Nenhum valor, no entanto, chegou a ser devolvido às vítimas.
Histórico de processos
O ex-servidor já respondia a outros processos por estelionato, todos relacionados a golpes aplicados contra pessoas ligadas ao círculo do Judiciário. Segundo fontes próximas às investigações, o padrão de comportamento se repetia: ganhar confiança, prometer lucros fáceis e recorrer a documentação forjada para sustentar as falsas promessas.
O caso repercute justamente por envolver alguém que atuou no Tribunal de Justiça, instituição responsável por garantir o cumprimento das leis. Para os investigadores, a condição de ex-servidor funcionava como um escudo de credibilidade, facilitando a aplicação dos golpes.
Próximos passos
Com a denúncia apresentada pela 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Barra do Piraí, caberá ao Judiciário decidir se aceita a acusação e transforma Felipe Lemgruber em réu no novo processo. Se condenado, ele pode cumprir pena por estelionato – que prevê reclusão de 1 a 5 anos – e por falsificação de documentos, crime cuja pena pode chegar a 6 anos de prisão.
Enquanto isso, o MPRJ segue colhendo informações de possíveis novas vítimas e não descarta a abertura de outros inquéritos relacionados às fraudes atribuídas ao ex-servidor.