Mais um caso de violência contra a mulher foi registrado na região. Uma jovem foi gravemente queimada dentro da própria casa, na madrugada de domingo (dia 7), no Parque Mambucaba, em Angra dos Reis. O caso, que só veio à tona nesta terça-feira (dia 9), terminou com a prisão em flagrante do companheiro da vítima, suspeito de ter provocado o incêndio de forma intencional.
De acordo com a Polícia Militar, equipes foram acionadas após o quarto do casal ser tomado pelas chamas. Aos agentes, o homem afirmou que o fogo teria começado em um curto-circuito no ar-condicionado. No entanto, a versão não se sustentou quando a mulher, mesmo em situação crítica, relatou que o companheiro jogou álcool sobre seu corpo e ateou fogo. No imóvel, também estava uma criança de nove anos.
A vítima sofreu queimaduras graves – inicialmente estimadas em 50% do corpo – e foi socorrida às pressas para o Hospital da Praia Brava. Devido à gravidade, a paciente seria transferida ainda nesta terça-feira para o Hospital Municipal da Japuíba. O suspeito também teve queimaduras nos braços e permanece internado, sob custódia policial.
Na delegacia, a PM verificou que ele já possuía histórico de agressões. A Polícia Civil confirmou a prisão em flagrante por tentativa de feminicídio e o caso segue em investigação pela 166ª DP.
Violência crescente preocupa
O ataque em Angra dos Reis se soma a uma sequência de crimes brutais registrados no país ao longo dos últimos dias. Em Miguel Pereira, por exemplo, um homem foi preso após matar a cunhada e ferir gravemente a própria namorada no fim de novembro.
A escalada da violência contra mulheres ocorre em um contexto nacional alarmante. Dados do Ministério da Justiça revelam que, entre janeiro e setembro de 2025, o Brasil registrou 1.075 feminicídios. Apenas no primeiro semestre, foram 718 casos, segundo o Observatório da Mulher Contra a Violência, do Senado Federal.
Em 2024, o país bateu recorde: 1.492 feminicídios, uma média de quatro mortes por dia. A maioria das vítimas era negra (63,6%), entre 18 e 44 anos (70,5%) e morta dentro de casa (64,3%). Em mais de 60% dos casos, o autor era o companheiro.
Como denunciar
Casos de violência doméstica exigem resposta imediata e podem ser evitados quando a vítima ou pessoas próximas buscam ajuda assim que surgem os primeiros sinais, como controle, ciúme excessivo, humilhações, ameaças e agressões. Confira abaixo alguns dos canais oficiais de denúncia:
- Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher
- WhatsApp do Ligue 180: (61) 99610-0180
- Disque Denúncia: 181
- Polícia Militar: 190 (em situação de emergência)
- Polícia Civil: 197
- Zap Delas – Senado Federal: (61) 98309-0025
- Delegacias da Mulher – atendimento especializado
Qualquer pessoa pode denunciar, seja um vizinho, um familiar ou um amigo. A ligação pode ser anônima.









































