O prefeito Neto (DEM) descartou a possibilidade de Volta Redonda receber nos próximos dias partidas de futebol com a presença de público nas arquibancadas, como já acontece em Brasília e Belo Horizonte, por exemplo. A sondagem teria partido do Flamengo. O presidente do Rubro-negro carioca, inclusive, é aguardado para um almoço árabe, nesta sexta-feira (dia 20), na casa do chefe do Executivo da Cidade do Aço.  

“Não é prudente agora. Nós temos que ter bom-senso e saber a hora disso acontecer”, justificou Neto sobre a recusa. No primeiro semestre a Prefeitura autorizou a realização de duas partidas do Campeonato Paulista no Estádio Raulino de Oliveira. A medida, em meio à pandemia, colocou o Município entre os assuntos mais comentados da internet e virou motivo de memes compartilhados nas redes sociais. Naquela oportunidade, a postura de Neto ocorreu em meio ao crescimento vertiginoso no número de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus na cidade.

Desta vez, a tentativa de programar partidas oficiais no Raulino de Oliveira tem como motivo a reforma no castigado gramado do Maracanã, no Rio de Janeiro. Todavia, como “gato escaldado tem medo de água fria”, conforme o ditado popular diz, a razão falou mais alto. “Eu fui muito criticado quando eu trouxe para cá os jogos do Campeonato Paulista, mas naquela ocasião, eu sabia o que estava fazendo. Até porque eu tinha todas as garantias, todo mundo fazia o teste. Ninguém entrava no estádio sem fazer o teste. Agora é impossível você fazer isso”, pontuou Neto. “Como você vai controlar a torcida? Não controla. Ainda mais a torcida do Flamengo, que é imensa”, completou. “Não é hora. Nós queremos terminar a nossa vacinação”, concluiu.    

Doação

Nos primeiros meses do ano, a Prefeitura de Volta Redonda abriu as portões do Estádio Raulino de Oliveira para a realização de jogos do Flamengo, Fluminense e Vasco. A simples presença dos três dos maiores clubes do Rio causou aglomeração na porta dos hotéis que hospedaram as delegações.

Palmeiras e Corinthians também disputaram jogos por aqui, inclusive com torcedores bebendo em bares próximos ao estádio. Em contrapartida por toda a repercussão negativa gerada pela decisão de mandar as partidas de seu estadual para Volta Redonda, a Federação Paulista de Futebol (FPF) se comprometeu a doar equipamentos necessários para a montagem de 10 novas UTIs.

Avaliados em cerca de R$ 400 mil, os equipamentos demoraram a ser entregues, e quando aconteceu, apresentaram problemas técnicos, levando a serem devolvidos e substituídos. O fato voltou a desgastar o governo Neto. O chefe do Palácio 17 de Julho, desta vez, parece disposto seguir o bom-senso e contrariar os apelos dos dirigentes do futebol brasileiro.

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