A falta de condições de funcionamento do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) dos Correios, no bairro Aterrado, continua chamando a atenção. Um ano após a Folha do Aço publicar reportagem revelando denúncias de funcionários sobre o descaso da superintendência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, nenhuma providência concreta foi tomada.

Instalada em um imóvel na Rua Bernardo Ferraz, alugado pelo valor aproximado de R$ 25 mil, a unidade é considerada inadequada. Trabalhadores e clientes que retiram encomendas no local, por exemplo, são praticamente forçados a fazer uma “sauna”. A cobertura de metal e as poucas áreas de circulação de ar, intensificam a nada confortável sensação térmica.

“Neste período de verão, parece que estamos dentro de uma estufa”, compara um funcionário dos Correios, que pediu para não ser identificado. Na última segunda-feira (dia 16) o deputado estadual Jari de Oliveira (PSB) conferiu in loco as denúncias recebidas por seu gabinete.

“O local é muito quente, principalmente, onde os funcionários carregam os carros de entrega. Nenhum ventilador funciona”, constatou. Segundo relatos, houve piora considerável nas condições após a mudança de endereço da CDD, que anteriormente ficava na Avenida Paulo de Frontin, também no Aterrado.

A assessoria de Jari informou que o parlamentar pretende agendar uma reunião com o superintendente estadual dos Correios para expor a situação encontrada na vistoria. “Vou ainda perguntar sobre a obra da agência da Vila Santa Cecília, paralisada há anos”.

Em dezembro do ano passado, os funcionários do CDD de Volta Redonda decidiram entrar em estado de greve. Representada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios, Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro, a categoria denunciou a gestão da Empresa pelos problemas que a unidade vem enfrentando.

O principal deles era o sistema de ponto eletrônico, que criou descontos nos contracheques. Conforme relatos, em determinados casos, teve trabalhador que praticamente ficou sem o próprio salário. Além do ponto, os trabalhadores apontaram a falta de condições de trabalho.

ACP

Também em 2022, o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Volta Redonda propôs ação civil pública (ACP) em decorrência de determinações não cumpridas pelos Correios e diante da gravidade dos fatos encontrados na CDD do bairro Aterrado. A medida da promotoria visava à prevenção para preservar “a integridade dos trabalhadores no que concerne ao conforto e higiene no local de trabalho e aos protocolos sanitários de prevenção e combate ao Novo Coronavírus”.

Entre as medidas propostas junto à 1ª Vara do Trabalho de Volta Redonda, estavam: disponibilizar instalações sanitárias atendendo algumas condições pré-estabelecidas e assentos para todos os trabalhadores que assegurem postura correta, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas. Outra determinação foi para restabelecer e manter a climatização do ambiente, em perfeito estado de funcionamento e conservação.

Foi solicitado o pagamento de indenização por dano moral coletivo em valor não inferior a R$ 100 mil, reversível a entidades governamentais ou privadas sem fins lucrativos.

Foto: divulgação

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