O estado do Rio de Janeiro enfrenta um aumento preocupante nos casos de dengue, registrando, em apenas 16 dias, números quase equivalentes aos das primeiras oito semanas de 2023. O recente boletim do Panorama da Dengue, divulgado pela secretaria estadual de Saúde (SES) em 19 de janeiro, alerta para uma tendência de alta que supera a média histórica para o início do ano.

O documento ressalta que, com exceção da Região Metropolitana II, que engloba os municípios de Niterói e São Gonçalo, todas as outras oito regiões do estado apresentam casos prováveis acima do esperado para esta época do ano. Mesmo assim, apenas 12 municípios do estado receberão as vacinas contra a doença, e nenhuma cidade da região Sul Fluminense foi incluída na lista das que receberão o imunizante.

Essa decisão levanta questionamentos sobre a abrangência das estratégias de combate à doença, considerando que a região também enfrenta um aumento significativo nos casos. Segundo dados da SES, há 383 casos prováveis na região do Médio Paraíba, o que representa um número acima do limite superior para o momento. Itatiaia e Resende se destacam pela transmissão de casos acima do esperado.

Em ação realizada pela Prefeitura de Volta Redonda, durante a última semana, 42 focos do mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, chikungunya e zika – foram encontrados apenas no bairro Aterrado.

Dados e preocupações

Conforme os dados do sistema Monitora RJ, do Centro de Inteligência em Saúde (CIS), a SES-RJ recebeu 4.446 notificações de casos suspeitos de dengue de 1º a 16 de janeiro. Comparativamente, em 2023, o estado levou quase dois meses para atingir esse mesmo número, totalizando 4.728 casos em oito semanas. A demora na inserção de dados pelos municípios no sistema sugere que o número real de casos pode ser ainda maior, instigando a SES-RJ a preparar ações preventivas para uma possível elevação na demanda pelos serviços de saúde.

Mário Sérgio Ribeiro, subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, destaca que a preocupação da SES-RJ está concentrada no Médio Paraíba, na Baixada Litorânea e no Centro-Sul, regiões que apresentam um notável aumento nos casos. No entanto, é essencial estender essas preocupações e medidas preventivas também para a Região Sul Fluminense, a fim de evitar que a dengue se propague ainda mais.

Como parte do plano de contingência, a SES-RJ realizou capacitações em dezembro para melhorar o diagnóstico e o manejo clínico dos pacientes. Médicos, enfermeiros e profissionais de saúde de todos os 92 municípios fluminenses foram incluídos nessas capacitações, abrangendo ainda um evento exclusivo para o manejo clínico de gestantes.

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