O cenário de destruição no território gaúcho está chocando todo o país. Imagens de casas e ruas alagadas, animais ilhados, carros tomados por lama e milhares de famílias desabrigadas circulam diariamente em todos os veículos de comunicação e nas redes sociais. Na manhã de quinta-feira (dia 9), a Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou os dados das chuvas e das enchentes que assolaram o estado.

Conforme o órgão de proteção civil, o número de óbitos diretamente relacionados com o evento climático são 107. Um óbito ainda estava sob investigação. Outras 136 pessoas são consideradas desaparecidas pelas autoridades. O número de feridos é de 374. O total de municípios que reportaram danos subiu para 425. Mais de 67,5 mil pessoas estão abrigadas e 164 mil estão na casa de familiares ou amigos.

Em meio à devastação, gestos de solidariedade se espalharam por todo o país. Campanhas de arrecadação tomaram as redes sociais em busca de assistência imediata e apoio contínuo para aqueles que perderam tudo. Prefeituras, instituições e empresas do Sul Fluminense aderiram ao movimento.

Em Volta Redonda, as primeiras carretas com doações para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul deixaram a cidade na quarta-feira (dia 8). O transporte está sendo feito pela Fundação Sergio Loureiro, por intermédio da Transportadora Excelsior, de maneira gratuita.

Até o momento, três caminhões seguiram rumo ao Sul do Brasil, com doações deixadas no Estádio Raulino de Oliveira, que está sendo ponto de arrecadação, e também pelo rapper Orochi, que doou uma grande quantidade de donativos. Na quarta-feira (dia 8), o prefeito de Volta Redonda, Neto (PP), recebeu em seu gabinete o diretor da Fundação Sérgio Loureiro, Serginho Loureiro, que garantiu o transporte em segurança das doações para o Rio Grande do Sul.

“Quero agradecer a ajuda que a população de Volta Redonda está dando ao Rio Grande do Sul. Neste momento, precisamos de muitas doações, mais ajuda, e estou aqui para garantir que todas as doações vão ser levadas em segurança, e o mais rápido possível, para que cheguem até quem mais precisa”, afirmou Serginho Loureiro.

Entre as doações que chegaram no Estádio Raulino de Oliveira estão cinco mil copos de água doados pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Volta Redonda (Saae-VR). Outra grande doação foi de medicamentos, deixados pela médica Flávia Alves, que doou caixas de antialérgico, anti-hipertensivo e anti-inflamatório.

No próximo domingo (dia 12), às 19h, o Volta Redonda recebe o Botafogo-PB pela Série C do Campeonato Brasileiro, e as doações também poderão ser feitas no Acesso Branco do Estádio. A prioridade, no momento, é para doação de água potável e produtos de limpeza e higiene, como fraldas e lenços umedecidos, além de roupas de cama e banho e rações para animais.

Alimentos não perecíveis também podem ser doados, lembrando que a preferência é por produtos prontos ou que necessitem do menor preparo prévio possível, como leite em pó e enlatados.

Mobilização de todas as partes

A sociedade civil da região Sul do Estado também está engajada em levar ajuda aos moradores do Rio Grande do Sul, mobilizando recursos financeiros, materiais e humanos de maneira mais eficaz e abrangente. Lisandra Storck é uma dessas pessoas. Nascida em Lajeado, região do Vale do Taquarí, ela disponibilizou uma conta bancária para arrecadar fundos para ajudar as famílias.

“É um dilúvio sem precedentes e não tinha como ficar só olhando e falando das imagens. A ação agora é inevitável e necessária, e todos fazendo um pouco acaba sendo muito para as famílias que estão precisando”, disse a hoje moradora de Volta Redonda.

A iniciativa já se transformou em mais de três mil marmitas confeccionadas por grupos que estão ajudando diretamente os necessitados. “Comecei a campanha na sexta-feira (dia 3) e já consegui fazer várias doações, direcionando os valores para quem está na ponta. Foram mais de três mil marmitas entregues feitas pelos grupos que estou ajudando, tanto na região do Vale do Taquari como na região da Serra. É muito importante que cada um faça sua parte e reforço que é o momento de gentileza”, afirmou Lisandra.

O PIX para transferência de qualquer valor é o e-mail de conta do Nubank [email protected] . “Toda ajuda é bem-vinda, de todas as partes”, completou.

O hairstylist Clayton Moore disponibilizou seu estúdio, no bairro Aterrado, como ponto de arrecadação de donativos e reforçou a importância da união. “É uma ação emergencial. Milhares de famílias estão precisando da nossa ajuda urgente e qualquer ajuda fará toda diferença para aqueles que estão passando por esse momento”, afirmou o profissional.

“Queremos ajudar as pessoas e os animais que foram afetados pelas enchentes. Tudo que arrecadamos, nós entregamos na quinta-feira (dia 9) para a CDL, que disponibilizou uma carreta para levar as doações”.

Outra iniciativa está sendo desenvolvida pelo professor de Educação Física Rômulo Nonato, que vai promover, junto a academia Cult Fit, no bairro Vila Rica, uma aulão no dia 18 de maio com arrecadação de água. “Com cada um fazendo o que pode, mesmo que seja pouco, conseguiremos ajudar e amenizar o sofrimento neste momento tão crítico”, disse.

Campanha de doação via PIX arrecadou mais de R$ 78 mi

Conforme os dados mais recentes divulgados pelo Comitê Gestor da catástrofe no Rio Grande do Sul, até quarta-feira (dia 8), a cifra doada somava R$ 78,3 milhões por meio da campanha do PIX, iniciada no começo do mês. O secretário-chefe da Casa Civil do governo do estado do Rio Grande do Sul, Artur Lemos, disse que a distribuição de recursos deve focar, inicialmente, em municípios mais atingidos e que tenham condições de retorno às atividades.

A definição sobre a faixa de público que será beneficiada com a distribuição dos recursos doados pela população e qual o valor que cada um terá direito foi discutida em reunião na quinta-feira (dia 9).

Dados para doação

Chave pix: CNPJ 92.958.800/0001-38 (Banco do Estado do Rio Grande do Sul ou Associação dos Bancos no Estado do Rio Grande do Sul)

Atenção: quando realizar a operação, confirme que o nome da conta que aparece é “SOS Rio Grande do Sul” e que o banco é o Banrisul

Onde mais posso doar

As agências dos Correios do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia, Pernambuco e do Distrito Federal começam a receber doações. A estatal está recebendo e transportando gratuitamente alimentos da cesta básica, material de higiene pessoal, material de limpeza seco, roupas de cama e de banho e ração para pet – sem custo aos doadores.

No Rio de Janeiro, as doações podem ser entregues em todas as agências, de segunda a sexta, das 9h às 17h.

Volta Redonda

UniFoa

Alimentos não perecíveis, produtos de higiene, produtos de limpeza, água mineral e roupas de cama e banho

Doações até sexta-feira (dia 10)

Local: Avenida Paulo Erlei Alves Abrantes, nº 1325, no bairro Três Poços

Alquilab e Zue

Cestas básicas, água potável, produtos de higiene pessoal, roupas, cobertas e ração para pet.

De segunda a sexta-feira, de 9h às 18h

 Local: Rua Vinte e Um, nº 41, loja 2, na Vila Santa Cecília) e Zue  na Avenida Antônio de Almeida, nº 408, no bairro Retiro

Barra Mansa

Alquilab

Cestas básicas, água potável, produtos de higiene pessoal, roupas, cobertas e ração para pet.

Locais: Avenida Francisco Vilela, nº 44, no Centro ou Rua Abdo Felipe, no bairro Ano Bom,

Nova União Transportes

Rua Cândido Teodoro e Souza, nº 88, no bairro Monte Cristo

Casa do Produtor

Rodovia Presidente Vargas, nº 2340, no bairro Santa Clara

Resende

Pátio da Prefeitura

Cobertores, água potável, ração animal e cestas básicas fechadas.

Local: Rua Augusto Xavier de Lima, no bairro Jardim Jalisco

De segunda a sexta-feira, de 12h às 18h

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