Cidades da região Sul Fluminense tiveram aumento no número de registros de óbitos em 2020 com relação ao ano anterior. O aumento ocorreu em função da pandemia, conforme relatório de Estatísticas do Registro Civil elaborado pelo IBGE. A variação foi de 18,36%, superando o índice nacional, de 14,9%.

Os dados apresentados na quinta-feira (dia 18) mostram que o número total de óbitos de moradores da cidade de Volta Redonda no ano passado foi de 2.717 pessoas. Considerando o ano anterior, quando registrou 2.360 mortes, o número foi 15% maior. Grande parte dos óbitos foi na faixa dos 60 anos ou mais de idade – 1.994 pessoas.

Uma observação, por abrigar unidades da saúde consideradas de referência na internação de pacientes com Covid-19 no Sul do Estado, com os hospitais São João Batista, de Campanha (instalado no Estádio Raulino de Oliveira) e Regional, Volta Redonda contabilizou outras 554 mortes de pessoas não residentes no município. Somando esse número, o total de mortes na cidade no ano passado foi de 3.271.

 BM e Resende

Na vizinha Em Barra Mansa, foi apurado o aumento de 17,9% no número de mortes. Foram 1.829 registros de óbitos de moradores do município no ano passado, ante 1.551, referente a 2019. De acordo com a Estatística do Registro Civil, 27,9% eram pessoas consideradas idosas.

Resende é a terceira cidade do Sul do Fluminense com mais mortes registradas em 2020. Comparando com o ano anterior, supera em 18%. Foram 1.137 óbitos somente no ano passado. Deste número, 776 foi na faixa dos 60 anos ou mais de idade.

 Dados

O Brasil teve cerca de 196 mil mortes a mais que no ano de 2019. A variação, de 14,9%, foi a maior desde 1984. Já os nascimentos e casamentos mantiveram a tendência de queda que vem sendo observada nos últimos anos, porém os matrimônios recuaram muito acima da média: 24,6%.

“A alta no número de óbitos observada entre 2019 e 2020 foi muito fora do comum quando vemos como foi esse movimento nos anos anteriores. Olhando desde 1984, mesmo que as séries mais antigas não sejam comparáveis com as atuais, pois o índice de sub-registro era muito alto, é possível observar que nunca antes tivemos uma variação acima de 7% de um ano para outro. Sendo que, em geral, o incremento ficava abaixo ou em torno de 3%. De 2010 a 2019, a média de variação foi de 1,8%”, analisa a gerente da pesquisa, Klívia Brayner.

O número de óbitos registrados no Brasil passou de 1.314.103 em 2019 para 1.510.068 em 2020, significando 195.965 mortes a mais no ano passado. Esses números incluem apenas os registros com informação de sexo e idade da pessoa falecida. Considerando o total de registros, os números são 1.317.292 (2019) e 1.513.575 (2020), com diferença de 196.283 entre os dois anos. De 2018 para 2019, essa variação foi de 2,6% (33,8 mil óbitos a mais).

Foto: Evandro Freitas

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