Começou a funcionar, na quarta-feira (dia 23), o ‘Alerta Pri’, primeiro sistema de alerta por telefone do país para localizar crianças e adolescentes desaparecidos. Criado pelo Governo do Estado, por meio das Secretarias de Polícia Civil e Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, com base na Lei nº 9.182, o mecanismo com os primeiros disparos das mensagens já está sendo enviado aos usuários.

“Este é mais um grande avanço do setor da segurança pública fluminense. Com o ‘Alerta Pri’, nosso objetivo é aumentar o índice de solução de casos de desaparecidos de crianças e adolescentes. É um dos tipos de ocorrência mais cruéis, porque, além da vítima, a família dela também sofre. Fica uma ferida aberta na alma dos familiares. O Estado trabalha sempre para dar uma resposta ao cidadão”, disse o governador Cláudio Castro.

A ferramenta é disparada pela Secretaria de Polícia Civil para os telefones de pessoas que se cadastrarem para receber o serviço. A mensagem de urgência enviada pelo Alerta Pri vai conter o nome, a idade, as características físicas, o local de desaparecimento e outras informações pertinentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros. O objetivo é agir rapidamente quando esse tipo de crime for registrado no sistema.

“Trata-se de mais um instrumento na investigação que visa a localização de crianças e adolescentes que desaparecem em todo o Estado do Rio de Janeiro. Temos o objetivo de alcançar cerca de 3 milhões de usuários do serviço de telefonia móvel. A sociedade civil pode nos ajudar neste trabalho a partir do cadastramento para que possam receber este alerta”, explicou a titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), delegada Elen Souto.

De acordo com a Polícia Civil, em todo o ano de 2021, foram registrados 371 casos de pessoas desaparecidas na faixa etária entre 0 e 17 anos. Destes, 324 foram localizados.

Diálogo com as operadoras de telefonia móvel

Regulamentada pelo governador Cláudio Castro, a lei nº 9.182 torna obrigatória a divulgação de fotos e informações das vítimas pelas companhias de telefonia celular. Desde então, o governo estadual, a Alerj e as operadoras de telefonia dialogam para viabilizar a operação do sistema.

O Alerta Pri homenageia Priscila Belfort, desaparecida há 18 anos, e foi idealizado pela sua mãe, Jovita Belfort, que atualmente é superintendente de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas do Estado do Rio, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.

“Cada hora e cada dia são importantes quando estamos buscando um familiar desaparecido. A criação do Alerta Pri traz uma contribuição muito grande nessa luta, pois permite que as informações sobre os desaparecidos cheguem, rapidamente, muito mais longe. Esse é um passo muito importante no Estado do Rio. O lançamento dá esperança de um reencontro”, afirmou Jovita.

O alerta foi elaborado nos moldes do Alerta Amber, dos Estados Unidos, que também é utilizado em outros 27 países e é uma das ferramentas mais eficazes no combate ao desaparecimento de pessoas. Entre 1996, ano da criação, e 2013, o programa salvou mais de 650 crianças sequestradas.

“Esse sistema vai nos permitir ter uma resposta mais rápida em casos de desaparecimentos, o que aumenta significativamente as chances de encontrar essas crianças e jovens desaparecidos”, completou o secretário de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio, Matheus Quintal.

Como funciona

Toda vez que uma criança desaparecer no Estado do Rio e o registro for feito em uma distrital ou especializada, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) emitirá um informe às operadoras de telefonia. Assim, o alerta será enviado para os números de celulares. Quem tiver interesse em receber o alerta terá que se cadastrar enviando um SMS para o número 55190 com o CEP de onde reside.

Divulgação PCERJ

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