Um ano e três meses após tomar posse, o prefeito Neto (DEM-UB) ainda não honrou um de seus compromissos assumidos na campanha eleitoral de 2020: pôr fim à cobrança abusiva no valor do estacionamento rotativo. Para quem acompanha política, não chega a ser nenhuma novidade, e isso se aplica a Volta Redonda.

Com a evolução tecnológica e o advento das redes sociais, o marketing digital ganhou visibilidade, provocando uma espécie de efeito bumerangue. Ou seja, garante votos nas urnas, todavia, as publicações transformaram-se em prova a ser utilizada contra o político que assume e não retira do papel o compromisso assumido.

Em 2020, o então candidato Neto garantiu que, caso vencesse o pleito, os valores aplicados no contrato do VR Parking seriam revistos. Numa postagem do dia 5 de novembro daquele ano – dez dias antes do primeiro turno – o então candidato da coligação “Vontade Popular” fez a seguinte promessa: “Vamos dar fim às cobranças abusivas de estacionamento rotativo nos centros comerciais e acabar com as cobranças nas ruas em locais residenciais”.

Eleito no primeiro turno, com 55,15% dos votos válidos, o veterano político reassumiu o Palácio 17 de Julho em 1º de janeiro do ano passado com mais essa responsabilidade. Desde então, transcorreram-se 455 dias (alcançados nesta sexta-feira (dia 1º) de governo Neto e parece que o mandatário mudou de ideia. Tudo, é claro, sem previamente avisar seus eleitores.

A alteração na postura pode estar relacionada à arrecadação em 2021 com o serviço. Conforme demonstrativo publicado no Portal Transparência da Prefeitura, o VR Parking apurou R$ 4.344.728,34. Desse valor, 35% (R$ 1.520.654,919) são revertidos aos cofres do Município.

No início do ano passado, o prefeito Neto chegou a garantir, em entrevista a um programa de rádio, que teria motivos para rescindir contrato do VR Parking. “Pelo valor que é cobrado hoje, acho que esse faturamento tem alguma coisa errada. Sem um diálogo não vamos chegar a lugar algum. Já temos motivos para rescindir o contrato. Tem diversos itens que não foram cumpridos”, reagiu, sem apresentar nenhum deles até o momento.

Formados pelas empresas Areatec, com sede em São Paulo, com expertise no desenvolvimento de software, e pela Sinalvida, de Pernambuco, que conta com vasta experiência em gestão de rotativos, o VR Parking entrega o consórcio que venceu a licitação para oferecer o serviço. O modelo começou a ser implementado na Cidade do Aço em janeiro de 2020, com a premissa de melhorar a rotatividade das vagas nas vias públicas.

De acordo com a empresa, na época da criação, foram gerados 90 empregos diretos. Quem estaciona não precisa de moedas e pode realizar o pagamento da tarifa de uso de forma prática, com o aplicativo Digipare, que pode ser baixado em qualquer celular. A nova tecnologia colocou Volta Redonda entre as cidades que investem em soluções inteligentes para melhorar a fluidez do trânsito. Além disso, tem ainda a opção de pagar com os monitores e também adquirir em pontos de vendas.         

Na mesma entrevista, o prefeito fez nova promessa à população de Volta Redonda, garantindo que o estacionamento teria redução no valor da tarifa e da multa. O discurso era que o valor da multa, hoje em R$ 25,00, passaria para R$ 12,50. O valor da tarifa da hora, por exemplo, em área azul, de R$ 2,50 diminuiria e que o anúncio dos novos valores seria feito até o final de janeiro. Neto também afirmou que a empresa instalaria câmeras de segurança pela cidade. Por enquanto, tudo permanece sem sair do papel. Em janeiro de 2022, o VR Parking arrecadou R$ 336.799,66.

Valores

Segundo a lei que instituiu o modelo de estacionamento rotativo, quanto a destinação dos valores arrecadados, 35,3% do total será repassado pela concessionária às seguintes instituições:

a) 5% ao Fundo Municipal para a Infância e Adolescência (FINAD), entidade sem fim lucrativo;

b) 5% ao Fundo Municipal dos Direitos do Idoso de Volta Redonda, entidade sem fim lucrativo;

c) 80% para a Empresa de Processamento de Dados (EPD/VR);

d) 5% para a Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana;

e) 5% para a Guarda Municipal (GMVR).

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